Darwin e o Homem

sabine77.files.wordpress.com

A selecção natural Darwiniana, foi combinada com a hereditariedade mendeliana para formar a síntese evolutiva moderna, em que foi feita a ligação entre as unidades de evolução (genes) e o mecanismo de evolução (selecção natural). Esta teoria com um grande poder predicativo e explanatório tornou-se o pilar central da biologia moderna, oferecendo uma explicação unificadora para toda a diversidade da vida na Terra.

Darwin era geólogo no meio científico formado por clérigos naturalistas, trabalhando secretamente na sua teoria. Ele escrevia sobre todos os seus achados e supervisionava a preparação dos vários volumes da “Zoologia” que deveriam descrever as suas colecções. Ele estava convencido da ocorrência da evolução mas, desde muito tempo, sempre esteve consciente de que a ideia de transmutação de espécies era vista como uma blasfêmia, bem como era associada com agitadores democráticos radicais na Inglaterra; portanto, a publicação das suas ideias poderia significar a demolição de sua reputação e, consequentemente a sua ruína. Assim, ele fazia experiências minuciosas com plantas e consultava frequentemente muitos criadores de animais, incluindo criadores de pombos e porcos na tentativa de encontrar respostas convincentes para todos os contra-argumentos que ele conseguia antever.

Quando FitzRoy publicou o seu livro sobre a viagem do Beagle em maio de 1839, o diário e os comentários de Darwin foram um grande sucesso. Mais tarde naquele ano, o diário foi publicado isoladamente num livro que se tornou um sucesso de vendas hoje conhecido como “A Viagem do Beagle” (The Voyage of the Beagle). Em Dezembro de 1839, durante a primeira gravidez de Emma, a saúde de Darwin ficou comprometida levando a avançar muito pouco nos seus trabalhos.

Darwin tentou explicar a sua teoria para os amigos mais próximos, mas eles demoraram a mostrar interesse e pensavam que uma selecção exigia um seleccionador divino. Em 1842 a família modo-se para a sua casa no campo (Down House) para escapar da pressão de Londres. Ali Darwin escreveu um pequeno texto esboçando a sua teoria que, em 1844 seria expandido para um documento de 240 páginas intitulado “Ensaio”. Darwin completou o seu terceiro livro sobre geologia em 1846. Auxiliado por um amigo, o jovem botânico Joseph Dalton Hooker; ele iniciou um estudo aprofundado sobre cracas. Em 1847, Hooker leu o “Ensaio” e fez comentários que forneceram a Darwin a opinião externa que ele precisava.

Darwin temia publicar a teoria de forma incompleta considerando o facto de que as suas ideias sobre a evolução poderiam ser altamente controversas se de facto alguma atenção lhes fosse dada. Outras ideias sobre evolução – especialmente o trabalho de Jean-Baptiste Lamarck – tinham sido consistentemente rejeitadas pela comunidade científica britânica e foram associadas à noção de radicalismo político. A publicação anónima de “Vestígios da História Natural da Criação” (Vestiges of the Natural History of Creation) em 1844 gerou outra controvérsia sobre radicalismo e evolução e foi severamente atacada pelos amigos de Darwin, o que assegurava que nenhum cientista de reputação iria querer estar associado com tais ideias.

Para tentar tratar a sua doença, Darwin foi a umas termas em Malvern em 1849 e, para a sua surpresa verificou que os dois meses de tratamento com água o ajudaram. No seu estudo sobre cracas ele descobriu “homologias” que suportavam a sua teoria por demonstrar que partes de um corpo levemente modificadas poderiam servir a funções diferentes em novos contextos. Foi então que a sua querida filha Annie adoeceu despertando novamente os seus temores de que sua doença pudesse ser hereditária. Após um longo sofrimento ela morreu e Darwin perdeu toda a sua fé num Deus benevolente.

Nesta época, ele conheceu o jovem naturalista e livre pensador, Thomas Huxley que se tornaria um amigo próximo e grande aliado. O trabalho de Darwin sobre cracas (Cirripedia) valeu-lhe a medalha real da Royal Society em 1853 estabelecendo definitivamente a sua reputação como biólogo. Ele completou este estudo em 1854 e voltou a sua atenção para a sua teoria de transmutação de espécies.

TEORIA DE TRANSMUTAÇÃO DE ESPÉCIES – Evolução das Espécies

img A/c. upload.wikimedia.org

A selecção natural é um processo pelo qual características hereditárias que contribuem para a sobrevivência e reprodução se tornam mais comuns numa população, enquanto que características prejudiciais tornam-se mais raras. Isto ocorre porque indivíduos com características vantajosas tem mais sucesso na reprodução, de modo que mais indivíduos na próxima geração herdem essas características.

Ao longo de muitas gerações, adaptações ocorrem através de uma combinação de mudanças sucessivas, pequenas e aleatórias nas características, e selecção natural dos variantes mais adequadas ao seu ambiente.Em contraste, a deriva genética produz mudanças aleatórias na frequência das características numa população. A deriva genética surge do papel que o acaso joga na probabilidade de um determinado indivíduo sobreviver e reproduzir-se.

Uma espécie pode ser definida como um grupo de organismos que se podem reproduzir uns com os outros e produzir descendência fértil. No entanto, quando uma espécie está separada em várias populações que não se podem cruzar, mecanismos como mutações, deriva genética e a selecção de características novas, provocam a acumulação de diferenças ao longo de gerações e a emergência de novas espécies.[4] As semelhanças entre organismos sugere que todas as espécies conhecidas descenderam de um ancestral comum (ou pool genético ancestral) através deste processo de divergência gradual.

Estudos do registro fóssil e da diversidade dos seres vivos mostravam já aos cientistas a partir de meados do século dezanove que as espécies mudam ao longo do tempo.

(TxT. Baseado em Wikipédia Universal)